Para o diagnóstico da artrite reumatóide (AR) são utilizados na prática os autoanticorpos (anticorpos contra certas proteínas do corpo) fator reumatóide (FR) e anticorpos anti peptídeos citrulinados (ACPA).
➡️ O FR é um anticorpo contra uma fração Fc de IgG, uma proteína no sangue. Pode ser um FR do tipo IgM (o mais usado) ou IgG e IgA. Esse teste tem uma sensibilidade de 70% e especificidade de 80% para o diagnóstico.
Ocorre em cerca de 80% dos pacientes com artrite reumatóide, mas também está presente em muitas outras doenças autoimunes como no lúpus eritematoso sistêmico (15-35% dos pacientes), Síndrome de Sjögren (90%), doença mista do tecido conjuntivo (50%), esclerose sistêmica, crioglobulinemia e outras, como também está presente em algumas neoplasias, infecções virais e bacterianas crônicas (tuberculose por exemplo) e ainda em pessoa saudável, como no idoso (15% dos idosos) mas geralmente em baixo título.
O FR está relacionado a uma doença mais grave (AR), com surgimento de manifestações extra-articulares como nódulo reumatóide (caroços), doença pulmonar, vasculite e Síndrome e Felty (esplenomegalia, leucopenia e úlceras de pernas, além de linfadenomegalias e trombocitopenia).
➡️Dos ACPA, o mais usado é o anti-CCP (antipeptideo citrulinado cíclico), que tem a mesma sensibilidade do FR porém uma maior especificidade (95%). Também está relacionado a uma doença mais severa assim como o FR.
➡️ E recentemente surgiu um novo anticorpo encontrado na AR que é o antipeptideo carbamilado (anti-CarP) com alta especificidade na AR.
➡️Como vimos, a simples presença do FR não causa o diagnóstico de AR. Porém a presença desses anticorpos ajudam muito no diagnóstico de AR junto com o quadro clínico presente.
Nada de desespero se tiver um FR no seu exame. Mas é bom avaliar a sua significância com o médico reumatologista.
🔸Dra. Raíssa G. Rodrigues -CRM SP 106600 | RQE 36019 Reumatologista
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