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Doenças da tireóide e covid-19. Há maior risco de complicações?


Recentemente, tenho recebido muitos questionamentos dos pacientes sobre uma possível relação entre doenças da tireoide e COVID-19. Considero importante informar que os  pacientes com doenças tireoidianas, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, NÃO fazem parte do grupo de risco para complicações pela COVID-19, mesmo se a causa do transtorno for de natureza autoimune, tal como a tireoidite de Hashimoto e a doença de Graves. Os pacientes com doenças de tireoide devem seguir as mesmas orientações do Ministério da Saúde destinadas à população geral.  

No caso de contágio com o coronavírus o tratamento do hipotireoidismo e do hipertireoidismo não deve sofrer nenhuma alteração. Não interrompa o uso dos medicamentos para tireoide sem orientação do seu endocrinologista.  

Os pacientes que já foram submetidos a tratamento para câncer de tireoide, a maioria (aqueles tratados com cirurgia seguidos ou não de terapia com iodo radioativo e com doença controlada) também não está no grupo de risco para gravidade da infecção COVID-19. As doses de iodo radioativo aplicadas no tratamento de doenças da tireoide, incluindo o câncer de tireoide, não causam imunodepressão visto que a radiação irá se concentrar principalmente na tireoide, sem afetar a medula óssea. 

  Apenas os pacientes com câncer de tireoide avançado, que apresentam metástases para outros órgãos, especialmente aos pulmões, ou em uso de medicamentos específicos para o câncer (sorafenibe, lenvatinibe, vandetanibe) podem apresentar maior risco para a gravidade da infecção, tanto pela extensão da doença quanto pelos possíveis efeitos adversos dos medicamentos. Esses pacientes devem tomar mais cuidado, manterem o isolamento social e seguirem todas as demais medidas já divulgadas pelas autoridades competentes para pessoas de alto risco. 

Acredito que a informação de qualidade, baseada em evidencias científicas, é se suma importância para evitarmos o pânico que as epidemias costumam provocar. Além disso, o otimismo e a calma são essenciais para atravessarmos  essa fase da melhor maneira.


Dra. Tatiana Denck Gonçalves

endocrinologista

CRMSP 127.265



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